ENQUANTO A AULA DE MATEMÁTICA CORRE SOLTA...( texto de 2007)
Assisti a um filme
erótico em que uma atriz cheia de caras e bocas diz para outra que para sentir
orgasmo, precisava se masturbar. “Como quer que seu marido lhe dê prazer, se
você não conhece o seu corpo?”. “ Nunca pensei em me masturbar. Sou muito tímida,
só transei com seis homens na minha vida”. “ Querida, transei com meia dúzia
esta semana. Você precisa se conhecer”. A atriz cheia de caras e bocas começa
acariciar todo o corpo da tímida e reprimida, que pela primeira vez, sente um
orgasmo profundo. Realmente, a masturbação é uma coisa tão simples. É como
fazer cafuné em si mesmo e tirar meleca. Há ainda muito tabu, principalmente,
por ser considerada uma ameaça à preservação da espécie humana. O individuo que
se dá prazer, não precisa do outro, logo, não procria. Por outro lado, essa
ideia não tem nada a ver e esta prática tão corriqueira pode ajudar ainda mais
na relação. O sexo é bestial, a busca pelo prazer vem do conhecimento humano.
Caramba, não posso pensar nisto agora. Devo me concentrar na aula de
matemática. Quero me concentrar num ponto, mas os meus pensamentos sempre foram
desordenados. Ultimamente, tudo me leva a tentar escrever um conto. Sou
compulsivo em escrever contos, será que tem tratamento psicológico para isto?
Nunca entendi números, por isso, admiro algumas pessoas que argumentam que os
cálculos são verdadeiros poemas de puro lirismo. Uma vez, vi um rapaz barbudo
dizer a mesma coisa com lagrimas nos olhos. Seu rosto traduzia a verdadeira
felicidade. Confesso que tenho medo até de fazer teste de Qi e descobrir algo
que não vou gostar. Até comentei com minha amiga psicóloga, que me falou: “ Até
no retardo há genialidade”. Lembrei-me do filme Forrest Gump. Minha ficou iluminada com a revelação. Guardarei
suas palavras pelo resto da minha vida. Viajei na maionese de novo, e a aula
matemática correndo solta. Ao passar das
horas, uma imensidão de números surge no quadro branco. Passado e presente se
misturam em mim. Vejo-me aquele menino de outrora, apático a tudo e a todos.
Agora, tenho sonhos e obrigações. Não estou parado. Estou indo à luta!! Ih!!!
Já acabou a aula de matemática!
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