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Mostrando postagens de 2017

Moonlight: Sob a Luz do Luar

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Três etapas da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do crime e das drogas. O protagonista é um jovem negro, pobre e gay. A mãe tem problemas com drogas e sofre bullying na escola. O único que tenta ajudar é um traficante de origem cubana.  O que achei interessante no filme, não foi a história em si, mas como ela foi contatada. Por exemplo, a delicadeza de como se tratou as cenas, sem buscar imagens apelativas de sexo e violência. A trilha sonora é linda, além da fotografia e a interpretação dos atores. A narrativa tinha tudo para ser um filme violento e pesado. Os temas como preconceito, pobreza e marginalidade já foram discutidos em vários filmes, entretanto, Moonlight projetou um olhar novo em relação a esses temas. Desde novo, Chiron é calado e por meio de seus silêncios percebe-se seu desespero de não encontrar seu lugar no mundo. Vag

Passeio ao Farol de Virginia Woolf

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O que dizer sobre o livro? Não quero enganar a mim mesmo, copiando e adaptando com minhas palavras resumos sobre o romance encontrados na internet. Confesso, que já fiz isso várias vezes, sou um farsante... Mas, só me engano. Nesse livro como em As ondas( da mesma autora), a narrativa revela as várias camadas dos personagens, por isso, aproxima-se da realidade. Diferentes vozes e pensamentos profundos ecoam pelas páginas, expondo como as pessoas são muito mais do que aparentam.  Nos dois romances não há descrição dos personagens, pelo contrário, por meio de monólogos interiores, faz-se uma viagem nos pensamentos e devaneios mais densos de cada um.  Apesar da minha falta de cultura e ficar à deriva no romance, o que gostei de ler Ao Farol foi sair da zona de conforto e encarar meus pensamentos mais profundos.   Nada é tão simples como parece. Sempre há tormentas e abismos em uma paisagem aparentemente tranquila.

Hamlet de William Shakespeare

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Neste sábado, conseguimos ver a peça . Na semana retrasada, eu e minhas companheiras de passeio não conseguimos, os ingressos estavam esgotados. Não ficamos decepcionados, pois  assistimos ao espetáculo na Boca do Cão . Esta adaptação de Hamlet é interativa e uso recursos visuais modernos, aproximando-se do público contemporâneo. Os atores saem do palco e vão ao público e achei isto bem bacana, porque não há uma divisão transparente entre o palco e o público. Bem, eu gosto desta atualizada, porque a plateia do século XVII não é a mesma do século XXII. Os intérpretes atuaram visceralmente, inclusive, a atriz que interpreta Hamlet. Ela mostrou todo o conflito do personagem de ser ou não ser e vingar a morte suspeita do pai.  Depois do espetáculo, comecei a pensar como a peça é tão forte e ultrapassa o tempo. Tantas adaptações desde sua primeira (1609). De repente, lembrei-me de uma crônica de Clarice Lispector, que aborda sobre o filme de Bergman( Persona). Há uma ci

O pequeno príncipe

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Por esses dias, assisti a um filme de 2015 que se inspirava na história original do "principezinho" que morava em um asteroide 612. Depois de vê-lo resolvi baixar o livro e percebi como uma boa história faz refletir sobre a sociedade, independente do gênero literário. Inclusive, é uma bobagem ter preconceito em relação a qualquer estilo. No filme, uma menina encontra o excêntrico Aviador, que a introduz ao mágico mundo do Pequeno Príncipe. Antes, ela só queria saber de estudar e seguir os passos da mãe metódica e trabalhadora.  Um fato que achei interessante é que a casa do aviador era cheia de vegetação e de passarinhos, diferente das outras casas da vizinhança, homogêneas e cimentadas. A partir daí o desenho capta a essência do livro de como à medida que se cresce, não se dá importância "as pequenas coisas", a fim de correr na busca de prestígio e grana.  Nunca deve esquecer-se do nosso lado criança, caso contrário, tudo se torna chato e cinz

NA BOCA CÃO

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Primeiro de tudo, confesso minha ignorância em relação ao teatro que se se produz atualmente. Principalmente, produções que não tem artistas muito “famosos” da televisão. Desde pequeno, sempre fui ligado em novelas, filmes e quando me tornei adulto, comecei a me interessar por literatura e outras artes.   Quando cheguei ao CCBB  do Rio  de Janeiro, eu e minhas companheiras de passeio queríamos assistir a versão da peça Hamlet, já conhecíamos mais ou menos a história. Inclusive, vi umas duas versões cinematográficas.  Os ingressos se esgotaram e decidimos de momento comprar os tickets de outra peça, que era uma ópera contemporânea. Concluímos experimentar e saltar no escuro. Por que não? Se não gostássemos, beleza, pelo menos, sairíamos da zona de conforto. Ainda mais, que ópera me remetia àquelas exibições que os artistas cantavam em italiano e com cenários de épocas antigas. Pelo visto, mostrei como tenho uma vasta cultura que se resume a vários clichês... (Bem, abafa o

Sobre a brevidade da vida- Sêneca

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Como lida com o tempo? Acha que passa rápido demais? Desperdiça-o ou aproveita a cada instante? Sei que são perguntas óbvias que todos já tiveram em algum momento. Mas, quando li esta obra de Sêneca compreendi que os questionamentos sobre o tempo são atemporais, apesar de cada época ser diferente. O gênero literário do livro é epistolar a certo Paulino e através das cartas, Sêneca desenvolve sua filosofia de vida. “ A maior parte dos mortais, Paulino, lamenta a maldade da Natureza, porque já nascem com perspectiva de uma curta existência e porque os anos que lhes são dados transcorrem rápida e velozmente. De modo que, com a exceção de uns poucos, para os demais, em pleno esplendor da vida é que justamente esta os abandona.” . Criticava o comportamento dos poderosos de Roma que se parecem muito com os de hoje em dia. Era filósofo, dramaturgo, político e escritor e foi um dos expoentes intelectuais de Roma do início da era Cristã.  Sêneca desenvolve um ensaio de qu

Um bom exemplo...

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Depois de tanta mediocridade, corrupção e egos inflados, assisti ao documentário sobre a vida da psiquiatra Nise da Silveira . Realmente, que mulher maravilhosa em todos os sentidos. Além de culta era intuitiva e essas características a ajudaram a revolucionar a psiquiatria.   Ela iniciou tratamentos mais humanistas e a prestar a atenção nos mínimos gestos dos seus pacientes, não os tratando como consequências de um surto. Ajudou-os a se reencontrarem por meio da arte. Outro fato que me emocionou foi ver as pinturas de seus pacientes. São fortes e mostram um pouco as essências deles.  A arte feita de um jeito instintivo e as obras pareciam vivas. Nise percebeu que, por meio dessas obras, os pacientes contavam o que aconteciam com eles, mas, de um jeito não lógico. De certo aspecto, ela proporcionou um espaço para que os loucos pudessem ter uma voz. Antes, eram marginalizados, torturados e abandonados nos hospícios.  Poxa vida, confesso que fiquei com inveja da Nise

Se nada der certo...

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Serei amigo de pessoas influentes para entrar na política. Farei fortuna, pois só legislarei para os poderosos, fodam-se os pobres. Só servem como massa de manobra. Para quê educá-los? São mais vantajosos ignorantes. Quanto mais flexibilidade nas leis trabalhistas e na aposentadoria, melhor para meu bolso. Além, de usar minha influência para meus "amigos" empresários ganharem licitações e empréstimos milionários.  Direi que sou a favor da família, da moral e que sou o mais honesto de todos. Enquanto isso, farei muitas negociatas e terei tanta grana que nem meus bisnetos precisarão trabalhar. Irei espalhar milhões em todos os cantos do planeta e minha fortuna será imensurável, mesmo que me prendam. Ninguém conseguirá rastrear tudo, sou muito esperto e sei fazer muita grana. Muitos podem me esculachar, mas, na verdade, sentem inveja. Será que esta raiva é um desejo secreto de ser que nem a mim? Será que são tão virtuosos assim? Não adianta fugir contra o instint

Mulher maravilha

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Não quero falar da parte técnica ou da qualidade estética do filme, já existem muitas críticas abordando. O que me encantou na história foi a inocência infantil de Diana em relação à humanidade. No início, ela não entendia as dissimulações.  Quem, quando criança, não entendeu uma "mentirinha" dos adultos para manter uma social? Aí, questionou-se: " Ué, falam para mim que é errado mentir, mas estão faltando com a verdade agora?" Realmente, é triste descobrir que a sociedade é hipócrita e que os adultos cometem o que disseram ser errado.  Em várias cenas as pessoas riram pelas gafes da protagonista, por ela não entender de que no mundo o qual estava os indivíduos precisavam usar máscaras. Além de perderem a essência, corrompendo-se pelo meio do caminho. Hoje em dia, há vários exemplos na política e no cotidiano, que nos levam a desesperança. Será que o mundo e as pessoas têm jeito? A Mulher Maravilha pode ser uma inspiração para continu

Reflexão

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Estou com medo

Sou ignorante, mas, como o face é meu, posso me manifestar. Quem não gostar, achar que é muita burrice, deleta-me ou me bloqueia. Amo quando isso acontece. Bem, não sou contra reformas, mas, tenho medo de reformas que são feitas por uma elite que está cagando para o pobre. Não confio nessas pessoas que estão lá em Brasília, que como todos sabem estão sujas até a alma no mar de lama da corrupção, que a Operação Lava Jato mostra por aí.  Não sou de esquerda e nem sei em quem votar. Não consigo enxergar uma luz no final do túnel​. Pois, não há uma liderança forte. De um lado há uma direita que só quer poder, uma esquerda que se deslumbrou com os jogos de interesses e outra esquerda idealista que acha que vai governar sem fazer alianças, logo, não governará, pobre inocente. E o pior que tem pessoas que compram a ideia de que os EUA é o melhor modelo a ser seguido. Lá, não há tantos benefícios para o povo, mas, o salário é alto. Um indivíduo pode viver melhor com um salário mínimo

Mais um textão verborrágico sobre "13 Reasons Why"

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Não tenho hábito de acompanhar séries, mas, minha irmã me indicou esta séria "13 Reasons Why" e fiquei curioso. A história da série contém temas polêmicos como suicídio, bullying .  Seria muito interessante pais, professores e os adolescentes verem e procurarem construir um diálogo para reflexão sobre o mundo em que vivemos.   O que quero argumentar, não é nem a questão do suicídio. É um tema complexo e não estou habilitado. Só acho que quando a pessoa decide se matar, há um conjunto de fatores internos e externos. Não tem como rotular os indivíduos, cada um tem uma reação. O único jeito é buscar ajuda especializada. Bullying é diferente de uma zoação, o primeiro não é uma brincadeira inocente, mas sim ataques sistemáticos de assédio moral. Sempre existiu, no livro o Ateneu(1888), mostra-se como a escola pode ser um inferno é uma amostra da Sociedade. Eu já sofri bullying , entretanto, só foi agressão verbal e havia épocas que não queria ir para escola e p

Mais uma sessão de verborragia

 O feminismo foi um movimento de empoderamento muito importante para a história da humanidade. Pois, ao longo da História, muitas morreram e foram subjugadas pelo machismo. Este fato ninguém pode negar ou achar que é besteira. Agora, todo movimento e ideologias há falhas, o ser humano é falho. É impossível usar o maniqueísmo e dizer todos os homens são maus e as mulheres vítimas.  Há homens bons e outros ruins, o mesmo acontece com as mulheres. Sei de casos de mulheres que agridem e sacaneiam os homens que, muitas vezes, ficam calados para não passar vergonha e rotulados como fracos. Pois, o homem nunca pode se mostrar fraco e este peso não o liberta para refletir sobre seu papel no mundo. Por outro lado, fisicamente, o homem é mais forte que a mulher e para ela ter mais segurança, além de ter seus direitos respeitados, deve-se aplicar leis e que as protejam. Daí, surge o princípio da isonomia, que significa igualdade “de todos perante a lei. Refere-se ao princípio da igu

Dinheiro

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Mentes Perigosas - o Psicopata Mora ao Lado de Ana Beatriz Barbosa Silva

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É muito importante para a democratização do conhecimento livros que servem como pontes para os conhecimentos acadêmicos ou científicos. Mentes perigosas faz parte deste gênero, uma vez que a autora em uma linguagem acessível mostra diversas teorias sobre os psicopatas e descortina alguns estereótipos do cinema, os quais pairam em nosso imaginário sobre a imagem de um psicopata.  O conhecimento acadêmico não deve só ficar nas universidades, mas sim fora delas e exposto a qualquer um. Agora, é óbvio que o indivíduo que lerá um “livro-ponte”, precisa ter bom senso de que é uma fonte primária e que se almeja se aprofundar mais sobre o assunto, deverá pegar as referências bibliográficas e até textos especializados.   A autora delimita bem qual a mensagem de sua obra, pretende que as pessoas abram os olhos e fiquem alerta para as pessoas más que existem por aí. Narra casos que evidenciam características psicopáticas, entretanto, diagnosticar um psicopata precisa-se de um o

O quarto do Jack

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O filme  narrou a história de um menino de cinco anos que junto com sua mãe foram confinados em quarto e reféns de um homem louco ou psicopata. Tema bem pesado, mas, o enredo nos mostrou uma forte relação de amor entre mãe e filho, além, da superação do pós-trauma.  O olhar do garoto ( ele é o narrador) expõe como se relaciona com o quarto-cativeiro. Como nasceu ali, considerava o lugar como seu lar e por meio do lúdico e do lirismo infantil, percebeu-se numa relação de afeto com o recinto. Lembrei-me de um livro de memórias de Rubem Alves( O velho que acordou menino ), que num texto, o autor abordou a felicidade da infância. Quando se  é muito pequeno, fica-se feliz por tudo. Isto acontece porque ainda não há como comparar sua vida com a do outro. À medida que se cresce, encontramos paradigmas, os quais distanciam da felicidade. Estamos sempre querendo ou buscando mais para a realização de nossos sonhos.  " Tudo o que eu disse sobre a "roça" como

Impulsividade na Internet

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Tempos atrás, quando fazia uma prova para um concurso público qualquer, havia um texto que argumentava como o e-mail poderia ajudar na ponderação das pessoas. Por exemplo, quando alguém escreve e-mail, dá-se o tempo de esfriar a cabeça e escolher melhor as palavras para não ter problemas desagradáveis. Bem, não concordei muito com o texto, mas, ao pensar que o surgimento das redes sociais, cada vez mais a impulsividade reina. Mesmo as pessoas deletando o que postou, existe o famigerado "print" que registra TUDO. Por isto, publicou na rede, já era! Inclusive, hoje em dia, as mensagens não são só escritas, mas sim por vídeos e áudios. No "whatzapp" tem gente que só envia mensagem de voz ou liga por meio do aplicativo. Até entendo que na época do texto da prova, a banda larga era muito mais inacessível e, com a internet discada, as pessoas conectavam para receber as mensagens, desconectavam para ler e responder e-mails. Daí, o tempo para esfriar a cabeç

Arte de rua

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O que acho interessante na arte da rua é a questão do direito autoral. Como os desenhos e pinturas estão em espaço público, todos podem tirar foto e compartilhar nas redes sociais à vontade. Lógico que tem artistas de rua famosos e suas obras são reconhecidas, mas, não há um distanciamento "sacralizado" entre elas e o público.  A arte contemporânea, inclusive, trabalha bastante a interação da arte com o espectador.   Por isso, antes de tomar uma atitude de sair "limpando" uma cidade, precisa distinguir o que é arte e o que não é, no caso, a pichação. E outro fato, só reconhecer a arte pela "História Oficial da Arte" é retrógrado.

Som ao redor e Aquarius

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Propaganda enganosa

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Ao ver isto, pensei como a ironia e o deboche podem ser escrachados. É isto mesmo? Como a propaganda, muitas vezes, é podre e perversa! Irei reproduzir um desabafo que fez no face sobre a "querida" Unimed...  Na semana passada soube da notícia que a " querida" Unimed deseja cancelar seus serviços por excesso de uso. Todos do trabalho acharam a notícia surreal, pois pagamos assiduamente a metade e a chefe, outra.   Logo, quando se precisa é óbvio que o plano será usado. Aí, surgem explicações técnicas, jurídicas e letras miúdas de contrato, as quais dão nó na cabeça. Além de parecer que estamos num romance de Kafka, O Processo. Tudo é tão sem nexo e sempre se culpa a crise econômica.  Mas, quem provoca está instabilidade? Uma minoria que só quer dinheiro e que reduz os outros em números frios. Não possuem empatia, parecem até psicopatas! A lógica capitalista é perversa e como se compra este conceito.   Entretanto, a morte é democrática. Tan

Limite dá banda larga fixa aqui Brasil

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Outra vez, li que a Anatel deseja liberar a limitação da banda larga fixa. Não sou radical, mas, A prestação de serviços aqui no país é precária. As operadoras citadas na reportagem são campeãs de processos na justiça, devido à ineficiência e a falta de transparência nos serviços prestados. Limitar a banda larga aqui no Brasil pode haver mais um retrocesso para o país, já que quem se beneficiará, serão as empresas de comunicação. Além, de prestarem um serviço péssimo!

A morte de Ivan Ilitch, Lev Tolstói

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Leva ao leitor à reflexão sobre a morte e como se está despreparado para enfrentá-la. Na primeira parte do relato expõe como todos reagiram com o falecimento do protagonista. As hipocrisias e reações não muito grandiosas de amigos e parentes.  Depois, na segunda parte, mostra como o protagonista reagiu com sua enfermidade. A partir da doença, repensou sobre tudo que fez. Inclusive, ao perceber que não tinha uma vida tão imponente, viveu ordinariamente. Na verdade, habituou-se a estar na superfície das relações sociais. E nunca construiu um afeto profundo com ninguém, além de “coleguismos” ou “trocas de favores”.   A história é ainda muito realista e atual, pois, mostra como a sociedade é de fato e que todas as pessoas possuem um lado mesquinho. Então, a morte é uma forma de despir o indivíduo da “ persona”.  É óbvio que a sociedade na qual vivemos, a morte é um assunto polemicamente assustador. O ser humano sempre quis mostrar sua superioridade em rel