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Mostrando postagens de junho, 2011

COWBOY

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Uma colega de trabalho estava comentando que colocaram erroneamente na internet “caubói”. Ai, ela me perguntou se eu sabia como é que era que se escrevia. Menti, mas, depois, fiquei chateado. Pois, o problema não é saber ou esquecer a grafia de uma palavra; pode-se procurar o significado, pesquisando no dicionário. A dificuldade é a pessoa não procurar aprender e persistir no erro. Se pudesse voltar atrás, diria que não sabia. Entretanto, coloco aqui na crônica: “ EU NÃO SEI...”. Ao chegar a minha casa, pesquisei na Internet o jeito correto da expressão e descobri que tem formas aportuguesadas de escrevê-la (caubói e cobói). Portanto, o erro mencionado antes, não seja propriamente um equivoco grotesco e sim uma derivação da palavra. Ao observarmos a história das diferentes culturas da História da humanidade, nenhuma ficou cristalizada, pelo contrário, houve trocas e variações que formaram novas culturas. No Brasil, diversas línguas como o português, o francês e o inglês entre o

QUEM É DIADORIM?

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Diadorim é Reinaldo, amigo de infância de Riobaldo e filho de Joca Ramiro, chefe de um bando de jagunços. Uma esfinge que não se conta de si mesma. Vive o coletivo do seu grupo de cangaceiros, amigo de Riobaldo e um soldado fiel ao seu superior. Ao longo do romance, não sabemos o que ela pensa realmente. Mas, será que ela tinha consciência de si mesma? Homem-soldado-valente é o que aparece na narrativa e só no final revela-se que era mulher. Firme em seus princípios e o código de honra torna-se um personagem que desempenhava com eficiência seu papel. Entretanto, a geografia do seu interior continuou intocada, permitindo os leitores imaginarem quem foi Diadorim. Como Riobaldo, podemos nos sentir enfeitiçados por ele-ela, pois destemido, fechado, de feições finas e delicadas, impressionava Riobaldo e exercia sobre ele grande fascínio: "Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto d

SEM FRONTEIRAS

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Recebi uma notícia por e-mail muito interessante, que mostra o lado bom da Internet, apesar das últimas notícias de invasões dos sites do governo e hackers. Ela mostra a divulgação internacional da micronarrativa brasileira. Eu, particularmente sou apaixonado por este gênero, porque através de uma síntese precisa, o leitor precisa captar nas entrelinhas o que não foi escrito. Não é qualquer um que domina esta arte com destreza. A produção literária atual está se utilizando a Internet, principalmente, para divulgar e buscar alternativas, já que os meios de comunicações convencionais são"restritos". A noticia cita o escritor Wilson Gorj, um empreendedor e um dos agentes importantes na divulgação da micronarrativa brasileira. Atitude admirável do escritor que prefere agir a ficar reclamando que não tem apoio do governo e das editoras. Leiam o link: http://revistamicrorrelatos.blogspot.com/2011/06/las-nuevas-voces-del-microcuento.html O blog do autor: http://omuroeoutrasp

OUTRA VERSÃO DE UMA IDEIA ANTIGA

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LIBERTAÇÃO Não quero mais pensar que a grama do vizinho é mais bonita Não quero mais pensar em ser tão inteligente como fulano de tal Não quero mais pensar no "se" tivesse nascido em outro país seria mais feliz Não quero mais pensar em ser outro Não quero mais pensar em ser aprovado por alguém Não quero mais pensar em ser colonizado Liguei o botão do " FODA-SE" Quero ser eu

PROFISSÕES

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Tem profissões que se relacionam com a paixão. Um professor, médico, policial, advogado, juiz ou engenheiro e etc. são atividades que muitas pessoas não ingressam só pelo dinheiro ou posição social, mas pela paixão de um ideal. Há outros tipos de carreiras que são ligadas à burocracia que um indivíduo ingressa, não movido por ideal, mas a razão é a remuneração e a estabilidade: auditor fiscal, técnico judiciário ou qualquer cargo de agente administrativo. A pessoa não precisa ter paixão, mas ser ética na profissão. Admiro os que escolheram estes dois caminhos.  Tanto o cara que ganha mal, porém persiste, como o outro que exerce o seu trabalho com eficiência e usa o salário para fazer a faculdade  ou o curso que não tinha condição de ingressar. Todos são trabalhadores dignos. Quando era mais jovem, ficava colocando o dedo enriste e julgava os outros. Quanta babaquice. Eu considerava mais a pessoa que exercia sua profissão por um ideal, em detrimento da outra. Infantilidade! Não é

ENTRE BLOGAR E VLOGAR

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Gosto de escrever e comecei a “blogar” com a finalidade de desenvolver melhor meu texto. Sempre admirei pessoas que escrevem bem e que possuem um cuidado com as palavras. Diferente de mim, que ao invés de escrever, jogo palavras. Resolvi que tentaria me expressar melhor e dominar a arte da escrita. Fiz meu primeiro blog em 2005. Entre muitos erros e acertos, persisti sem desaminar. Agora, em 2010, descobri os “vlogs”, vídeos que as pessoas expressam suas opiniões e experiências ao longo do cotidiano. Embarquei nessa também, mas tenho receio de que eu perca a vontade de escrever. Não permitirei que isto aconteça! Continuo o desejo de ser um escritor e melhorar a cada dia meu ofício. Ao mesmo tempo, postar vídeos está me proporcionado outas sensações. Por isso, tenho a proposta de conciliar estes dois estilos. Pensado bem, o texto existe nessas duas formas. A crônica falada e escrita possuem um roteiro e uma lógica. Na essência, não são antagônicas

OUTROS OLHARES

Artigo: Por uma ideia de literatura expandida Por Cristiane Costa O cinema nasce do teatro, mas não é teatro. É uma nova arte, com uma nova linguagem, criada a partir de uma nova tecnologia. O mesmo pode ser dito da fotografia em relação à pintura. E, com algumas ressalvas quanto a seu conteúdo artístico, do rádio e da televisão. Terá chegado a vez da literatura? Até onde ela pode se expandir em hipertextos, hiperlinks, multimídias, quebrando a linearidade da página, antes de se tornar uma nova arte? Enxergar que o livro eletrônico é um novo passo na longa série de invenções de tradições narrativas tira o foco da discussão banal entre os que acham que o livro impresso vai acabar e os que se recusam a abandonar o papel. A própria ideia de livro e literatura perde parte de seu sentido quando nos deparamos com novas estratégias narrativas em bases digitais, que atuam na confluência de várias artes e mídias. O aspecto inovador não está restrito apenas à tecnologia de

A ordem do Discurso de Michael Foucault FOUCAULT, M. A ordem do Discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

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A ordem do Discurso é um livro que reproduz a aula inaugural de Michael Foucault no Collège de France. Foucault procura mostrar que os discursos que permeiam na sociedade são controlados, perpassados por formas de poder e de repressão. "... suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que tem por função conjurar seus poderes, dominar seu conhecimento aleatório [...]" (p.8-9). Depois de ler o livro, não deixar de pensar nas citações que muitas vezes parecem nos discursos e textos espalhados por toda parte. Porque, quanto mais a pessoa citar um autor para ilustrar suas ideias, ela terá mais legitimidade perante a sociedade. Principalmente, se ela organizar o discurso. Por exemplo, se pedirmos para duas pessoas falar  sobre amor. A primeira argumentará seu ponto de vista e ponto final, enquato a outra organizará seu discurso e citará filósofos e poe

A DAMA DO CACHORRINHO [e outras histórias] de Tchékhov

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" O que me mata é o cotidiano. Eu queria só exceções." Clarice Lispector( como fonte de Internet é duvidosa, vamos supor que esta citação seja de Clarice.) Os doze contos do livro tem uma força atemporal, ao lê-los, lembrei-me da música “Como nossos pais” (música de BELCHIOR). As histórias centenárias são muito atuais e são reproduzidas em qualquer esquina de qualquer canto do mundo. Tchékhov é um dos escritores fundadores da literatura contemporânea. Produz textos sintéticos, que mostram a complexidade do ser humano. Seus personagens são mesquinhos, prosaicos, sonhadores e resignados. Não há heróis, só pessoas vivendo e tentando driblar o cotidiano tedioso. O conto que leva o título do livro mostra a originalidade do escritor, pois trata a infidelidade não com cores românticas ou trágicas. Os protagonistas são pessoas presas em casamentos infelizes, que tentam viver a verdade do amor. Há uma inversão de valores: o casamento é uma ilusão, enquanto o amor do adultério é

VIVER É UM ENSAIO

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NÃO ADIANTA DESEJAR TUDO. EXPERIMENTAM-SE ALGUMAS SENSAÇÕES E MOMENTOS. POR ISSO, NÃO VOU MAIS ME IMPORTAR SE NUNCA IREI CONHECER OUTRAS TERRAS. OU SE NUNCA LEREI OS DIVERSOS LIVROS INDICADOS POR PROFESSORES E COLEGAS. VIVEREI MEU TEMPO, OPTAREI MEUS CAMINHOS POSSÍVEIS E PAGAREI POR MINHAS ESCOLHAS. ESSES FRAGMENTOS FAZEM PARTE DO MEU UNIVERSO.

DEUSES OU TOLOS?

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Ps: Não assisti o filme, mas a esta cena achei linda. Arte significa técnica ou habilidade que um indivíduo possui. Para aprimorá-la, ao observarmos, em diversas culturas e sociedades, as pessoas fazem intervenções no corpo para aprimorá-la. Um exemplo disso são os cantores catrasti, que a extensão vocal corresponde em pleno à das vozes femininas, seja de soprano, mezzo-soprano, ou contralto. Esta capacidade numa voz masculina só é possível no encadeamento de uma operação de corte dos canais provenientes dos testículos, ou por uma disfunção endocrinológica que interrompe a maturidade sexual. Portanto, a chamada "mudança de voz" não sucede. Mesmo que hoje em dia, não há mais esta prática, ainda existe a intervenção do homem para se tornar mais perfeito do que a natureza. Não só na arte como na ciência e na tecnologia, porém, se analisarmos bem, tudo não passa de técnica. Queremos organizar tudo com o paisagismo, arquitetura, teorias científicas e normas. Acredi