PROFISSÕES




Tem profissões que se relacionam com a paixão. Um professor, médico, policial, advogado, juiz ou engenheiro e etc. são atividades que muitas pessoas não ingressam só pelo dinheiro ou posição social, mas pela paixão de um ideal.

Há outros tipos de carreiras que são ligadas à burocracia que um indivíduo ingressa, não movido por ideal, mas a razão é a remuneração e a estabilidade: auditor fiscal, técnico judiciário ou qualquer cargo de agente administrativo. A pessoa não precisa ter paixão, mas ser ética na profissão.

Admiro os que escolheram estes dois caminhos.  Tanto o cara que ganha mal, porém persiste, como o outro que exerce o seu trabalho com eficiência e usa o salário para fazer a faculdade ou o curso que não tinha condição de ingressar. Todos são trabalhadores dignos.

Quando era mais jovem, ficava colocando o dedo enriste e julgava os outros. Quanta babaquice. Eu considerava mais a pessoa que exercia sua profissão por um ideal, em detrimento da outra. Infantilidade! Não é porque alguém almeja a estabilidade significa que seja acomodada ao sistema. Pelo contrário, busca a sobrevivência para colocar os sonhos em prática. Quantos escritores e outros artistas consagrados, como Machado de Assis, foram funcionários públicos. Difere-se da imagem estigmatizada do servidor público que só quer assinar o ponto e ir embora para casa.

Por isso, não podemos nos levar pelas repostas fáceis dos estereótipos. O ser humano é um universo e não há como rotulá-lo. Um provérbio que minha mãe sempre diz: “cada um sabe onde o sapato aperta”.




Comentários

  1. Cara, gostei do texto e suscita muitas reflexões. O escritor George Bernard Shaw, que admiro muito, trabalhava num escritorio, mas queria ser escritor, o tempo não o deixava, as vezes quando arriscamos numa profissão para poder bancar a outra coisa que amamos, simplesmente não nos sobre tempo ou disposição, sabe o que ele fez na agonia de estar num emprego que não conseguia mais suportar? Ele largou tudo, virou um andarilho, arriscou nas editoras e já velho, conseguiu o sonho literario, mas ele teve que sair do emprego comum. Tambem admiro os dois, pois tem que ser muito forte para esquecer a vida e seguir qualquer coisa só pela grana. Eu pensava assim, desprezava quem não seguia seus ideais, mas hoje tambem nem ligo mais, mas fico triste por pessoas esquecerem o que realmente querem. Odeio os esteriotipos, e infelizmente ultimamente tenho lutado contra isso, porque as vezes, quando olham para nós, acham que temos que seguir um certo tipo de jeito por sermos um certo tipo de gente, odeio esteriotipos.

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