PUBIS ANGELICAL DE MANUEL PUIG( 1979)
Bem,
depois de ler o livro, pensei outra vez sobre a liberdade. Será que somos
livres realmente para exercer nossa individualidade? Ou só somos corpos que
vestem máscaras sociais, que nos antecedem por gerações?
A
história conta a vida de uma mulher argentina que está em um hospital do México,
sofrendo alucinações. A narrativa têm relatos paralelos, o primeiro começa como
se fosse um delírio ou sonho e a outra parte é a personagem revelando
conscientemente seus problemas.
Os
relatos se juntam e dão um panorama de como a personagem se vê submissa à
sociedade feita pelo olhar masculino. Puig estrutura os significados do gênero
e da ordem social a partir da submissão.
O livro mostra que o poder
não está só de fora para dentro, mas também ao contrário. No interior da
personagem, ela leva modelos e arquétipos seculares. A submissão a perseguiu
desde quando nasceu.
Em
muitas ocasiões, é complicado o indivíduo desempenhar papéis que a sociedade
impõe. No romance, mostra-se o sofrimento das mulheres que se submetem a um idealizado
amor em todos os lugares e em todas as épocas fantasiosas ou reais. E a
dificuldade em participar da revolução e a luta contra aos poderes
oligárquicos.
Enfim,
o livro me fez perceber ainda mais como é difícil de ser conseguir a
liberdade individual. Talvez, descobrir não ser livre totalmente é
um jeito de se aproximar da liberdade, pois assim estamos conscientes e não
automatizados pelo cotidiano.
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