O LUSTRE DE CLARICE LISPECTOR





“Com o correr do tempo nascera nela uma secreta vida atenta; ela se comunicava silenciosa com os objetos ao redor numa certa mania tenaz e despercebida que no entanto estava sendo o seu modo mais interior e verdadeiro de existir.”



O que me encanta quando leio um livro de Clarice Lispector é que as palavras pulsam, tornando o texto uma coisa viva.

Confesso que muitas vezes não entendi várias passagens do romance O LUSTRE. Mas, identifiquei-me com a protagonista Virgínia, que sempre viveu em desencaixe com o mundo. Mesmo na granja, onde passou a infância e na cidade buscava algo que não definia o que era. 

A história é um turbilhão de sensações e sentimentos, como a vida. Virgínia vive simplesmente, por isso, torna-se intensa. Percebia a maravilha dos intervalos e dos momentos efêmeros. Parece ser mais algo vivo do que personagem. Inclusive, a narrativa mostra a irracionalidade do ser, há um mundo vivo dentro da gente nos devora.

O lustre me iluminou, principalmente regiões desconhecidas dentro de mim.  Fiquei zonzo ao descobrir como sou ignorante, por pensar ter conhecimento.

Virgínia não tem moral. É uma criatura pura vive sua particularidade, às vezes chega a ser violenta. 

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