Filme KES ( 1970) E o livro Infância de Graciliano Ramos(1945)
Ao
assistir o filme e ao acabar de ler o livro, não pude deixar de encontrar
pontos em comum como a violência que é cometida nas crianças através dos
tempos.
Em
kes conta a história de um menino Billy Casper que sofre violência na escola e
em casa. Alheio ao mundo em vive, vaga pela cidade e pelo campo. Um dia,
encontra um pequeno falcão e passa o seu tempo cuidando dele, inclusive, como
ele estuda o comportamento da ave. Admira como a ave voa no silêncio, ele não
quer ser seu dou, mas se admirador ao velo voar na plenitude do silêncio. É um
filme doído e belo.
No
livro Infância publicada em 1945, “Infância”, de Graciliano Ramos, é um romance
que se distingue pelo traço memorialístico (narrativa que fica entre a história
e a ficção). Porém, a obra não deve ser entendida como um documento da vida do
autor e nem mesmo como um texto puramente autobiográfico. Infância narra às
primeiras experiências de um menino, o qual é narrado-protagonista. À medida
que o tempo passa, a criança percebe as injustiças cometidas pelos pais e a
sociedade em que vive, inclusive, as relações de poder dos coronéis e seus
apadrinhados. Quando descobre os livros, surge de forma mágica e prazerosa e
que o faz observar mais criticamente o meio onde vivia, tornando-se ainda mais
fora do contexto.
Tanto
o personagem do filme como o do livro encontraram um caminho diferente para
suportarem o mundo. Mas, essencialmente, os caminhos foram semelhantes. A ave
fez com que Billy Casper abstraísse do lugar miserável onde morava e voasse
também com a ave. Enquanto o menino (do romance Infância) voou através dos
livros, dando asas à imaginação.
Espanta-me
como os adultos podem ser verdadeiros déspotas e praticar as injustiças,
formando um círculo vicioso. Aí, vêm pergunta:
Se dentro de casa há violência é devido à sociedade ou ao contrário? É uma
questão a se pensar, a violência faz parte da natureza humana e pode ser Institucionalizada de acordo com os interesses.
Outo
ponto que gostaria de argumentar é que como as duas obras tratam a Educação e
como a instituição é falha, pois não formam cidadãos reflexivos e éticos, pelo
contrário, subjugam os alunos e estes reproduzem valores do status quo,
reproduzindo o mesmo modelo repressor nos filhos e alunos.
Foi
interessante essa coincidência de ler o livro e assistir o filme ao mesmo
tempo. Principalmente, quando assisti algumas palestras da Viviane Mosé, que ela
discute sobre educação. Concordo com seu discurso, quando argumenta que não
adianta acumular somente conhecimento e
reproduzir como gravador. Mas, usar o conhecimento na prática e criando coisas
novas. Para isso, a Educação precisa
melhorar e fazer com que os alunos pensem por eles mesmos.
Tenho
esperança que essa nova Educação chegue e que o mundo seja mais ético. Não
estou querendo o ideal, mas o possível.
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