SUBO A SERRA

 Vejo minha imagem refletida na janela do ônibus se sobrepondo com as luzes da cidade lá embaixo. As criaturas da noite entram na condução e me amedrontam com seus rugidos e olhares cortantes. Permaneço imóvel, não posso demonstrar emoção; eles sentem o cheiro do medo. A cada curva na escuridão, uma expectativa que algo acontecerá. Representamos nossos papeis até o momento de saltarem do ônibus. Continuo a minha viagem, mas o pensamento persiste nestas criaturas. Talvez, tenhamos algo em comum: escondemos em nossas carcaças uma criança assustada.

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