PARADOXOS DA VIDA
Sei que o Homem
faz parte da Natureza, mas há em mim uma prepotência disfarçada de bondade.
Sabe aquele ditado: “ De boa vontade o inferno está cheio...”. Devo estar
transbordando dessas “boas intenções”.
O que me levou a
pensar sobre isso foi que na madrugada de segunda vi, pela janela, uma cadela
cercada por vários cachorros por estar no cio. Fiquei com pena, os cães
poderiam machucá-la bastante. Quis sair para protegê-la. Entretanto, perguntem
a mim mesmo o que tenho a ver com isso? Eles e a cadela seguem o que o instinto
manda. Percebi-me tão pequeno burguês,
tudo que nunca quis ser. O ser humano se acha o herói de todo o planeta e se
distanciou da Natureza.
A reflexão é
reveladora, principalmente porque através dela percebemos como somos vários em
nossas opiniões. Vejo que discordo de mim o tempo todo. Mas, há urgência de
fazer algo, mesmo que a ação não seja a ideal.
Lembrei-me da
minha cachorra “Akira” e comecei a pensar que mesmo se deva respeitá-la, como
se pode deixá-la cruzar e parir um monte de filhotes? Aqui em casa não dá para
ter mais de um, imagine vários.
A cidade aumenta
cada vez mais, homens e bichos convivem no mesmo espaço, portanto se precisa
fazer algo como controlar a natividade dos bichos de estimação. O que é melhor?
Castrar o animal ou largá-lo na estrada? Passo todos os dias por uma rodovia e
vejo vários cadáveres de cachorros e gatos.
A questão
principal é que hoje em dia há necessidade de intervir na vida do animal,
entretanto não pode cometer o erro de humaniza-lo. Aí, vem outra vez o que
disse anteriormente. As boas intenções de transformar os bichos em bebês e suprimir
seus instintos como a gente faz sempre. Logo, o bicho Homem se torna
pretensioso e arrogante, mesmo na tentativa de querer ajudar.
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