O Mito De Sísifo (Albert Camus)
Ao
ler este ensaio, tive a impressão que caminhei numa estrada íngreme e
pedregosa. Reli várias vezes para entender alguma coisa. Com certeza, preciso
lê-lo novamente.
Camus
se utiliza do Mito de Sísifo (que narra o castigo de Sísifo e carregar uma
pedra enorme várias vezes) para mostrar que muitas vezes somos condenados a
viver em um cotidiano enfadonho repetidamente, onde os indivíduos de tornam autômatos. . Mas, o que salva é o pensamento
absurdo, o qual percebe que existe algo estranho no ar e que nada é tão
perfeito como parece ser.
“
O homem absurdo, ao contrário, não processa esse nivelamento. Reconhece
a luta, não despreza de modo algum a razão e admite o irracional. Desse modo,
ele encobre do olhar todos os dados da experiência e não está nada disposto a
saltar antes de saber. Ele sabe, somente, que nessa consciência. Ela se
encontra com o pensamento absurdo em sua afirmação inicial de que não existe a
verdade, mas somente verdades.”
O
homem absurdo tem consciência que a vida não é “certinha”, diferente do homem
cotidiano. Também, para o homem absurdo, já não se trata de explicar e
resolver, mas experimentar e descrever. Tudo começa pela indiferença lúcida. Ele
quer viver o absurdo da vida sem perder tempo de ficar explicando e criando
teorias.
Ao
longo do ensaio literário, ele aborda a literatura de Dostoiévski, Kafka e o
personagem Don Juan. Evidencia os elementos e a lógica do absurdo.
Enfim,
mesmo não compreendendo muitas coisas, gostei de tentar ler este ensaio, me fez
pensar sobre o mundo em que vivo. E me identifiquei com a interpretação de
Sífifo de Camus:
“Deixo Sísifo no sopé da montanha!
Sempre se reencontra seu fardo. Mas Sísifo ensina a fidelidade superior que
nega os deuses e levanta os rochedos. Ele também acha que tudo está bem. Esse universo
doravante sem senhor não lhe parece nem estéril nem fútil. Cada um dos grãos
dessa pedra, cada clarão mineral dessa montanha cheia de noite, só para ele
forma um mundo. A própria luta em direção aos cimos é suficiente para preencher
um coração humano. É preciso imaginar Sísifo feliz.”
Eu
sou feliz também e continuo a minha luta consciente de carregar todos os dias a
minha pedra.
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