Numa Fria de Charles Bukowaki






Numa fria são contos  breves que mostram personagens que vivem uma vida banal e sem sentido e estão no limite da marginalidade.  Entretanto, não são bandidos, mas pessoas “comuns” que ao ter um cotidiano vazio, topam uma com as outras, cometendo atos violentos.  

Também, em outras histórias, aborda-se o artista sem eira e nem beira que precisa trabalhar em coisas que não gosta.  Em alguns trechos, usa-se a palavra prostituição para definir como muitos artistas corrompem seus ideais para sobreviver e ter um drinque à noite.

Percebe-se que através das narrativas curtas, o autor entende de literatura, mas a estética de seus textos é crua e repleta de palavras de baixo calão. Talvez, utilizou esse recurso para mostrar como os personagens viviam sem expectativas num mundo sem sentido e até absurdo, que é sociedade capitalista, onde se divide os vencedores e os perdedores.

Os contos não têm um discurso político ou ideológico. São cenas, episódios corriqueiros ou alucinações, principalmente, que parecem ser provocados por muita bebedeira.  

O livro não tem pretensão de mudar o mundo e sim contar a histórias de personagens vazios.  Bukowaki dá voz para esses perdedores, mesmo sendo anti-heróis e capazes de atos terríveis. 

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