CORRENTE CINEMATOGRÁFICA



Fui convidado para participar, mas não sabia quais filmes comentar. Pensando, escolhi três títulos.
Um Homem Bom( 2006) e O Leitor( 2008) comentarei paralelamente, pois me fizeram pensar sobre a questão da ética e moral.


No primeiro filme o protagonista John Halder é um professor e escritor, um homem comum. Vive tranquilamente com sua família e tem como um grande amigo Maurice, judeu. Ao longo da trama, ele se vê envolvido pelo movimento nazista: Alder se relaciona com uma de suas alunas (uma típica ariana) e, com a carreira em ascensão devido ao interesse dos integrantes do governo nazista. John Halder se encontra entre dois polos: o moral e o ético.

Quando o amigo judeu pede ao personagem principal ajuda para sair da Alemanha. Ele se vê dividido entre o bom cidadão que serve o seu país e a amizade de muitos anos. O conflito existencial do personagem mostra como, muitas vezes, somos frágeis e corremos para o caminho mais fácil. Outro aspecto interessante, é que Halder não era uma pessoa de cultura mediana, era um intelectual que deveria ter obrigação de pensar eticamente sobre as barbaridades que aconteciam ao seu redor. Portanto, deixou-se levar paro o que era mais conveniente, apesar da culpa martelar sua consciência.

Já no O LEITOR, Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial o adolescente Michael Berg se relaciona com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece subitamente. Anos depois se passam e Berg, torna-se estudante de Direito e se surpreende ao reencontrar seu passado, quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas e encontra Hanna como ré.

Diferente do protagonista de Um Homem Bom( 2006), Hanna foi uma jovem ignorante que achava estar fazendo seu trabalho. Era um soldado a serviço do seu país. Moralmente estava correta, mas pela ética foi uma criminosa que praticou crimes terríveis.

Também, o interessante de assistir esses dois filmes foi questionar os estereótipos dos alemães nazistas que povoavam minha cabeça: Indivíduos psicopatas e que era monstros terríveis. Lógico que existia muitos, mas vários era cidadão comuns que foram manipulados pela ideia de viverem num mundo melhor. E nestes dois filmes mostram que tanto a classe intelectual como o proletário se encantaram com as ideias fascistas e nazistas.

Agora, discutirei sobre Melancolia(2011). Realmente, achei o Anticristo( do mesmo diretor) mais denso. Mas, não deixa de ser uma película intrigante e que faz a gente pensar no mundo em que vivemos.


Um planeta chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra, o que resultaria em sua destruição por completo. Tive a impressão que este planeta é uma metáfora, que na realidade vivemos num mundo tão apressado e com prazeres efêmeros, que quanto mais nos entregamos para as compulsões e desejos, mais a melancolia se torna presente em nossas vidas.

Na história Justine está prestes a se casar com Michael. Ela recebe a ajuda de sua irmã, Claire, que juntamente com seu marido John realiza uma festa suntuosa para a comemoração. Mas, Justine não consegue fugir da tristeza e desilusão com o mundo. Este é a primeira parte do filme.

A segunda é sobre o olhar da irmã mais velha Claire, que é protetora com a irmã e a família. Ela tem medo do planeta que se aproxima da Terra. Sente-se impotente...

Estres três filmes foram importantes para mim, pois me mostraram outros paradigmas e olhares. Muitas vezes, é mais cômodo se alienar e viver na ilusão de que o nosso mundo é imbatível. Porém, não devemos nos esquecer de que o universo é imensurável.

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