Liberdade



Por esses dias de carnaval assisti Amistad(1997) e ontem, 12 Anos de Escravidão(2014). São histórias tristes e cruéis, mas, mostram a luta pela liberdade. Realmente, são filmes que precisam ser vistos e revistos para que a gente não se esqueça de como é cruel a escravidão, principalmente, a moderna que visa o lucro, transformando os escravos em meras mercadorias. 

 Em Amistad um grupo de negros conseguiu se soltar e dominou o barco que o traficavam. Confiaram em dois tripulantes sobreviventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são julgados por assassinato. Entretanto, o caso toma outro rumo, quando o presidente americano Martin Van Buren( que almeja ser reeleito) tenta a condenação dos escravos, pois iria agradar aos estados do sul e, inclusive, os laços com a Espanha ficaria mais fortes já que a jovem Rainha Isabel II afirma que os escravos e o navio são seus e devem ser devolvidos. Os abolicionistas vencem, e o governo recorre e o julgamento chega a Suprema Corte Americana. 

Detalhe, onde os africanos foram capturados era domínio dos ingleses, que proibiram o tráfico de escravos em suas áreas de domínio. Bem... Todo mundo sabe que os ingleses proibiram o trafico negreiro não porque são “bonzinhos” e sim estavam interessados na Revolução Industrial, que de certa maneira produziu outros escravos... Mas, esta é outra história. Já em 12 anos de escravidão narra a história de Solomon Northup, um negro livre e violinista, que mora feliz com a família no norte dos EUA . Quando aceita um trabalho que o leva a outra cidade, é sequestrado. Vendido como se fosse um escravo, Solomon precisa superar humilhações físicas, emocionais e psíquicas para sobreviver. 

A história é baseada em fatos reais, Solomon e outros negros livres foram traficados ilegalmente. Os pontos em comuns das duas histórias que acho importante frisar: Os personagens foram feitos de escravos ilegalmente e o status quo da época tentavam legitimar tanto a compra de escravos legalmente como ilegalmente também. Usavam as leis como instrumento para continuarem a escravizar e a torturar pessoas inocentes.

 Enfim, apesar de todas essas histórias e ao pensar que ainda há gente escravizada em pleno século XXI, sinto certo nojo do ser humano. Porém, não há só o lado ruim, pois, existem pessoas que lutam para um mundo melhor e têm esperança. Esses dois filmes inspirados em fatos reais podem nos ajudar a construir uma sociedade melhor.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Idéias do canário-Machado de Assis

A Menor Mulher do Mundo de Clarice Lispector

Preciosidade, conto de Clarice Lispector