A PESTE DE ALBERT CAMUS
“O absurdo é a razão lúcida que constata os seus limites.” Albert Camus
Neste romance, Camus aborda o absurdo novamente como em O Estrangeiro e O Mito de Sísifo. O absurdo como uma razão lúcida que constata os limites do homem em relação à vida. Além da falta de significado da vida, quando se depara com uma situação inusitada como a morte, a guerra ou a peste. Para o homem absurdo, já não se trata de explicar e resolver, mas experimentar e descrever. Ele quer viver o absurdo da vida sem perder tempo de ficar explicando e criando teorias.
A história é um relato sobre a invasão da peste sobre uma cidade. O narrador é também um personagem que só será revelado no final. Ao longo das páginas, narra-se o cotidiano do povo da cidade com o avanço da peste. Não há heróis, pelo contrário, pessoas comuns tentam sobreviver aos acontecimentos trágicos e até ajudarem na medida do possível. A peste veio de repente e não há explicações concretas e os personagens principais nem tentam especular através da religião ou da ciência. Vivem um dia de cada vez sem procurar significados e fazem o que podem. Há uma citação de Camus que explicita muito bem este contexto: "Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado." Autor - Camus , Albert.
O romance é um ensaio que expõe a alma humana, principalmente, nos momentos de crise em que o cotidiano fica suspenso e não se sabe o que acontecerá. E apesar disso, viver a vida, mesmo que seu mundo e verdades foram destruídos perante aos seus olhos.
Na verdade, sempre pode acontecer algo inusitado que não se planejou. O homem absurdo tentará se adaptar às condições imprevisíveis e tentará conviver com as adversidades. Portanto, não adiante querer ser um super-homem e sim perceber que é limitado e precisa tentar habituar-se a isto.
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