Tonio Kröger, de Thomas Mann
É uma novela que conta a vida de um jovem dividido e contraditório, que sempre está em desencaixe com o mundo. Pai nórdico e rígido e uma mãe morena e vibrante.
“ Meu pai, sabe, era de um temperamento forte nórdico: considerado, minucioso, correto, por puritanismo inclinado à melancolia; minha mãe, de instinto de sangue exótico, bonita sensual, ingênua, ao mesmo tempo displicente e apaixonada e de um desmazelo impulsivo.”
Desde criança, sentindo-se estranho se refugiou na poesia. Algo repulsivo para o ambiente austero em que vivia. Teve um amor platônico por um amigo e, depois, por uma jovem. Ambos loiros e belos, diferente dele.
A novela mostra a formação do protagonista e como ele tenta através da arte construir uma identidade própria. Pois, apesar de diferente, ele era um burguês. Não repudiava a beleza burguesa, pelo contrário, admirava-a.
Mas, ao mesmo tempo vivia uma vida de boemia e no desejo carnal. Como se a imagem sólida do pai e voluptuosidade da mãe fundissem nele.
Percebe-se ao longo da narrativa uma construção de um conceito, em relação à arte:
“ O dom para o estilo, forma de expressão já pressupõe esta fria e descontente relação para com a humanidade. Pois o sentimento são e forte- isto está confirmado- não tem gosto. Morre o artista quando se torna homem e começa a sentir...”
Para ele o artista está distante das pessoas comuns. O primeiro simula através das manifestações artísticas o mundo ideal. Enquanto o segundo vive a banalidade das coisas, sem pensamentos.
Para Tonio Kröger, o verdadeiro artista é um amaldiçoado, o qual possui um sentimento de estranheza e separação em relação aos outros.
Entretanto, numa carta para uma amiga pintura, revela que é realmente um burguês.
Apesar de ser um poeta à margem, ele admira as pessoas que vivem o trivial, principalmente, os belos. Sobretudo, o amigo da juventude( que se apaixonara pela primeira vez) e a jovem que teve sonhos românticos.
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