A PAIXÃO SEGUNDO GH de Clarice Lispector, IMPRESSÕES
Li este livro há anos e resolvi revisitá-lo novamente.
Confesso que é uma coisa estranha para mim e, talvez, não consiga escrever
sobre ele.
A viagem transcendental da personagem acontece quando ela
encontra uma barata e a mata. A partir daí, a personagem-narrador adentra num
mundo inumano, ao ver a massa sair de dentro do inseto. Percebe o vivo se
despindo de seu olhar humanizado, chegando até prová-la literalmente com intuito
de se transmutar.
Há diversas resenhas sobre o romance na Internet, a proposta
da crônica é mostrar a narrativa me influência na travessia da buscar da minha
individualidade. Não sou só humano, existe, em mim, o inumano ancestral. Para
eu ser completo, não posso só ficar na zona de conforto do mundo humano e
atuando no meu papel social.
Ao longo das páginas, a personagem se aproxima cada vez mais
do mundo vivo e do divino, pois, não tenta racionalizar demais, vive o momento
como ele é. Talvez, o grande do problema do ser humano é usar a razão em demasia,
deixando de lado a natureza.
Com certeza, não terei a coragem da personagem de ir tão
longe, mas, a segunda leitura me fez pensar sobre a busca da individualidade e
que para achá-la preciso me despersonalizar e viver o mundo vivo.
Comentários
Postar um comentário