Orgulho e Preconceito de Jane Austen (Data do lançamento 28 de janeiro de 1813)




Só tinha visto algumas versões de filmes e séries sobre o livro. Até então, achava-o uma história romântica que agradava as mulheres. Porém, um dia, assisti uma entrevista com uma professora que analisava o livro e a autora. Resolvi ler a história e me surpreendi. A história apresenta o jeito com que a personagem Elizabeth Bennet reflete sobre os problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. 

Elizabeth é a segunda de cinco filhas de um proprietário rural na cidade fictícia de Meryton, em Hertfordshiren, não muito distante de Londres. A jovem se difere um pouco das personagens femininas e românticas dos escritores homens da época. Ela é bastante racional e presta a atenção em tudo. Como não pode se mostrar e mandar pastar quem a enche saco, usa a ironia para se defender. Aliás, o livro é bem irônico ao mostrar os costumes, o esnobismo e as falsidades da época. Por meio do livro, a autora levanta a questão de como o casamento é um assunto grave para as mulheres daquele tempo. 

 No romance, mostra o desespero da mãe casar Elizabeth e as irmãs, porque se o pai morrer, elas não possuem direito à propriedade, que será herdada por um parente homem mais próximo. Portanto, o casamento significa sobrevivência e não uma escolha. No final do século XVIII e início do XIX, as mulheres “burguesas” não trabalhavam, diferente das pobres que eram quase escravas por não terem direitos.

 Para piorar a situação das irmãs , não possuem um bom dote como chamativo para conseguir bons partidos. Jane Austen se utiliza muito bem do meio onde vivia. Os espaços ou cenas do livro foram domésticos e, em algumas situações, nos bailes. Daí, surge a história de amor entre Elizabeth e Darcy, que são de classes sociais diferentes. Outro aspecto interessante é que não foi amor à primeira vista, pelo contrário, ele aconteceu por meio de muitos encontros e desencontros. Darcy tem uma aparência esnobe e quando encontro Elizabeth e sua família, desprezou. 

 A protagonista não perdoou e começou a odiá-lo. Mas, ele começa a gostar dela e se declara e ela o rejeita. Depois de cartas, idas, vindas , questões familiares, a personagem principal conhece realmente Darcy e o ama, também. A moral do livro expõe que não podemos julgar pelas primeiras impressões. Precisa-se ver o todo. 


 Curioso que o primeiro título do romance era “First Impressions “. Em uma sociedade em que se valoriza a riqueza, a honra e etiqueta, não se pode mostrar verdadeiramente, logo há a falta de comunicação. Darcy podia ser orgulhoso e preconceituoso ao ver a família Elizabeth pela primeira vez. Só que ela o julgou, igualmente, sem conhecer a totalidade dos fatos. Realmente, Orgulho e Preconceito vai além de um “livro romântico”. É inteligente, irônico e de certa maneira atual. Pois, ainda hoje se dá muito mais importância aos status que a essência verdadeira dos indivíduos.

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