A MARCA DA PANTERA(1982), Videocassete, Lembranças de Infância





Não quero resenhar o filme. Mas, como ele se insere nas minhas lembranças de infância.

Recordo-me que estava na casa de uma tia e todos estavam em volta de uma aparato tecnológico, qual era uma novidade: o videocassete. Nos meados dos anos 80, até se juntava dólares para comprar o aparelho.

A marca da pantera, um outro de paranormais que explodiam cérebros e certa história de vermes na neve foram os primeiros filmes que assisti pelo videocassete. Lembro-me que fiquei mais encantado com a “ novidade tecnólogica” que os filmes. Mesmo com quarenta anos, esta lembrança ainda está forte em mim.

Por volta de 1989, outra tia juntou dólares para comprar um videocassete. Pela primeira vez, toquei em notas de dólares. Na ocasião, nem sabia o valor desta nota estrangeira, fiquei admirado com a limpeza e a textura da nota. Diferente das notas nacionais da época, que era finas e feias.  Ela alugava para mim desenhos e fitas de séries japonesas como Changeman.

Nos anos 90, o videocassete ficou mais popularizado e ganhei um em 1994. Gravava desde Cavaleiros do Zodíaco e filmes do Cine Privê da Band. Não se pode esquecer de que surgiram várias locadoras no meu bairro, neste tempo. Então, sempre havia dicas e conversas sobre filmes com os atendentes e os que madrugavam para pegar os lançamentos primeiro. Tinha uma “tia” que resenhava com os mínimos detalhes e eu ia na onda dela, porque sabia que era diversão garantida. Existia momentos, que pegava tanta fita e nem conseguia ver todas. Pagava multas por não entregar nos prazos e por esquecer de rebobiná-las.   

Sinto saudades desta época. Na adolescência, ia às locadores para fugir do tédio. Não tinha internet e nem computador. Para contextualizar, sou de uma classe social que o processo de defasagem possui mais força. O que quero dizer, um dos primeiros videocassetes produzidos no mercado, foi em 1971 e só da década do século XX que apareceu um aqui em casa. Assim, foi com o computador de mesa e a Internet. Quando comei a utilizá-los, já estavam no mercado há mais de vinte anos. Lógico, que cada pessoa terá lembranças diferentes, dependendo do contexto social e econômico em que viveu. Somente estou relatando minhas recordações subjetivas.

Hoje, percebo que o processo de defasagem está diminuindo um pouco, talvez seja pela tecnologia que possibilita a fabricação de produtos genéricos e mais baratos, logo, existe mais possibilidade de as pessoas terem acesso. Bem, não sei. É só minhas impressões.

Pensei tudo isso, só porque vi o filme A MARCA DA PANTERA no Netflix e uma enxurrada de lembranças emergiram.



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