"O livro dos Abraços" Eduardo Galeano
"Não nos provoca o riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntarmo-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce." Este pequeno texto ilustra o livro de Eduardo Galeano: O LIVRO DOS ABRAÇOS. O autor ao narrar vários fragmentos, mostra como a América Latina é um colcha de retalhos e que mesmo os países destes continentes não sejam tão amigos, há as pequenas mortes que os ligam em vários momentos históricos, políticos e sociais. “Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-no