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Mostrando postagens de dezembro, 2010

O LIVRO DO DESASSOSSEGO DE FERNANDO PESSOA (1888-1935, Lisboa)

Composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Uma autobiografia sem fatos, mas sim uma explosão de sensações. Fragmentos que mostram a caótica da vida: turbilhão de cores e sentimentos. É a biografia de alguém não tem história, mas uma radiografia da imensidão do eu. Na realidade, não é uno e sim partido em vários que se juntam como um mosaico ou uma colcha de retalhos. Realmente é um livro que não é para acalmar. A cada página viajamos em companhia do sentimento oceânico que ultrapassa a racionalidade. O livro é uma prosa poética que mostra que se não entrarmos em contado com o sonho, mitos e os Deuses remotos, a vida fica sem graça. Senti-me angustiado pela força das palavras e por ter a certeza de não ter compreendido muitas coisas. Tive inveja também de Bernardo Soares, álter ego de Fernando Pessoa, por mergulhar no oceano bravio da vida e perceber a mediocridade do cotidiano pequeno burguês. Como diz o poeta Fenando Pessoa : Navegadores antigos tin

PRECONCEITO E ESPAÇO PÚBLICO

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Há algum tempo, caminho numa praça e constantemente pessoas colocam despachos de macumba. A praça fica suja, pois os cachorros reviram tudo. Não sou contra a religião e seus praticantes, mas não podiam fazer seus rituais em um lugar específico? Está na constituição a liberdade religiosa, mas até quando a liberdade não interfere no espaço público? Todos têm o direito de crer e manifestar sua fé, entretanto, como exercer isso, sem invadir o espaço alheio? Hoje em dia, somos invadidos a todo tempo. Quantas vezes fui obrigado a ouvir no ônibus funk ou música evangélica nas alturas. Nada contra os estilos, todavia não queria ser obrigado a ouvi-los. Cada vez mais as cidades estão mais populosas e se precisa discutir uma ética urbana que torne a convivência mais tranquila. Porque se cada um praticar o que deseja nas ruas e praças, a cidade se transformará num caos. Todos têm liberdade de acreditar no que quiser, mas precisa ter o bom senso de respeitar os outros que não c

SALVE GERAL

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O filme mostra que a vida é um turbilhão e que de repente tudo pode mudar. A professora de piano Lúcia passa por dificuldades financeiras e tem como objetivo tirar o filho adolescente da cadeia. Rafael está preso por ter se envolvido num incidente que acabou em assassinato. O contexto histórico do filme se passa no Dia das Mães de 2006, a cidade de São Paulo está sitiada. Ataques a delegacias de polícia, ônibus incendiados, ameaças a shoppings, metrô e aeroportos. Quem lidera a ação é o Comando PCC. Lúcia e o filho são pessoas frágeis e não conseguem lidar com a realidade atual. Antes viviam numa bolha, protegidos num apartamento confortável e com a pensão do marido morto. Entretanto, falidos e sem a pensão, veem-se perdidos num bairro da periferia. O adolescente fica revoltado e a mãe sem saber o que fazer. Esse argumento foi a justificativa para Lúcia e seu filho se envolverem com crime. Não quero julgar, mas, apesar da carência afetiva dos personagens, nada se justifica ent